
Shyuma Hall passou pelo constrangimento no Egito. Ela era uma entre os onze filhos do casal que vivia no sul de Alexandria.
Sua infância chegou ao fim no dia em que uma de suas irmãs mais velha foi acusada de roubar algo da casa de seus patrões, o homem chamado Abdel Nasser Youssef Ibrahim Eid e sua esposa Amal Admed EWIS-Abd El Motelib.
A garota foi com a mãe visitar o casal rico, no Cairo, e eles exigiram um substituto mais jovem para compensar o “roubo”. Surpreendentemente, a mãe da menina concordou, e deixou Hall no local dizendo: “Isso é para o bem da família”.
A pequena garota passou os próximos dois anos trabalhando para o casal, que ela chamou de “pai” e “mãe”. Ela cuidava de um casal de gêmeos de 5 anos e uma outra menina da sua própria idade.
Hall conta que as crianças sabiam que ela era escrava, e a lembravam disso o tempo todo. Seus novos pais batiam e a xingavam constantemente.
Após os dois anos, ela se mudou para Irvine, na Califórnia, EUA. Seu abuso ficou ainda pior.
Ela se levantava as 5h30 diariamente para levar as crianças para a escola, e começou a trabalhar na manutenção da casa durante o resto do dia. Ela não podia fazer uma pausa sequer para comer, e era permitido que fizesse apenas uma refeição ao dia, que eram as sobras do jantar.
A menina tinha direito apenas a um quarto sem iluminação e com um colchão para dormir. Mesmo assim, ela nunca pensou em fugir, já que tinha medo do que poderia acontecer caso fosse encontrada. “Se você sair os policiais vão chegar e bater em você, e nunca mais vai poder ver sua família novamente”, ameaçava Amal.
Por sorte, em 2002 uma pessoa enviou denúncia anônima aos serviços da criança, e um grupo de policiais, assistentes pessoais e funcionários da imigração invadiram a residência. O pai, no momento, disse em árabe para a menina: “Não diga a eles que você trabalha para nós, diga apenas que está fazendo uma visita”.
Hall entrou em contato com sua família logo após ser libertada, e, seu pai biológico não pareceu nada feliz coma notícia. Ele disse para que ela voltasse para o Egito, mas a garota resolveu seguir sua vida e decidiu permanecer nos EUA.
Ela passou por vários lares adotivos nos próximos anos, e se tornou cidadã norte-americana. Hall passou três anos na faculdade e agora trabalha como gerente assistente de uma loja.
Além disso, e garota tem uma filha, chamada Athena, junto do namorado, Daniel Eurquidez. “Segurando-a em meus braços em não posso me imaginar desistindo dela. Nem mesmo para salvar o mundo”, concluiu.
Seu pai já faleceu, e ela não falou mais com a família desde que ganhou sua liberdade. Mesmo assim, ela pretende um dia se encontrar com os irmãos. Ibrahim e Motelib foram condenados na ocasião, e sentenciados a cumprirem de dois a três anos de prisão. A mulher foi deportada para o Egito, e o marido ainda continua vivendo no sul da Califórnia
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